Provavelmente você já ouviu falar de suplementação de ômega-3 ou de Óleo de peixe. Inclusive, muitos adultos se lembram da época em que as mães davam óleo de fígado de bacalhau (riquíssimo em vitamina A) de colherada para as crianças (como esqueceriam desse sabor!).

Esse tipo de gordura é realmente muito importante para onosso organismo. Também conhecidos como ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 (PUFAs), o ácido eicosapentaenóico (EPA, C20:5) e o ácido docosahexaenóico (DHA, C22:6) são as duas principais formas bioativas essenciais para a nossa saúde.

Eles podem ser encontramos em peixes de águas profundas como salmão selvagem, arenque, atum, sardinha, truta e cavala. Além disso, esses ácidos graxos também podem ser sintetizados a partir de fontes vegetais, como por exemplo, o ácido linolênico (ALA, C18:3), presente principalmente nas sementes de chia e de linhaça (e nos óleos extraídos delas).

Estudos demonstram que atingir bons níveis de ácidos graxos ômega-3 através de alimentos de origem vegetal, com a conversão de ALA em EPA e DHA é menos eficiente que a ingestão de peixes.

Além disso, para essa conversão ser eficiente, o nosso corpo necessita de um bom funcionamento de enzimas que participam desse processo.

Uma dessas enzimas, a Fatty Acid Desaturase 1 (dessaturase 1 de ácidos graxos), mais conhecida como FADS1, pode funcionar de forma pouco eficiente em alguns casos, devido a diferenças genéticas (chamadas de polimorfirmos) que podemos ter herdado de nossos pais.

Indivíduos com essa característica genética têm mais dificuldade de obter bons níveis de ômega-3 somente pelo consumo de sementes de chia e de linhaça (e de seus óleos), e necessitam consumir peixes ricos em W3 com certa frequência e em boas quantidades para não ter deficiência desse nutriente.

Hoje em dia, nem todos os peixes de águas profundas que consumimos são selvagens, sendo que nesse caso podem ter baixos níveis de ômega-3. Os peixes de cultivo são alimentados com ração, que nem sempre contém ômega-3, diferente aos peixes selvagens, que se alimentam de peixes menores ou outros organismos marinhos pequenos, ricos em ômega-3.

Por esse motivo, os ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA) são amplamente utilizados como suplementos nutricionais. Os mais comuns são a base de óleo de peixe, mas existem também os de óleo de Krill e, mais recentemente surgiram os de algas (neste caso, aptas para o público vegano).

Por que esses ácidos graxos são tão importantes para a nossa saúde?

Vários trabalhos demonstraram a correlação entre PUFAs ômega-3 e a resposta inflamatória, sendo que os PUFAs ômega-3 geralmente estão associados a efeitos anti-inflamatórios.

Além disso, estudos demonstraram que a suplementação de PUFA ômega-3 oferece vários benefícios à saúde auxiliando na prevenção de doenças crônicas e degenerativas, como doenças cardiovasculares, artrite reumatóide, doença inflamatória intestinal (DII), depressão e câncer.

A maior parte do nosso tecido cerebral é composto por gordura, o que demonstra a importância do consumo de ômega-3 para o bom funcionamento do Sistema Nervoso Central, influenciando positivamente tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças como depressão e Alzheimer.

Estudos já demonstraram que crianças cujas mães tinham uma ingestão adequada de ômega-3 durante a gestação e lactação apresentaram melhor processamento mental, memória, aprendizado e desenvolvimento psicomotor, assim como prevenção do déficit de atenção.

Devemos utilizar suplementos de ômega-3?

Como é muito difícil obtermos as quantidades necessárias desse nutriente apenas através da alimentação, principalmente quem apresenta o polimorfismo genético, deve suplementar para se beneficiar de todas as propriedades benéficas do ômega-3.

Tanto o DHA quanto o EPA são muito importantes para a saúde, de forma geral, suplementos mais ricos em DHA são mais indicados para melhorar as funções cerebrais (por isso são mais indicados para gestantes e lactentes) e os que são mais ricos em EPA são importantes na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e aumento de triglicerídeos.

A qualidade do suplemento também é um ponto a ser considerado. Hoje já existem selos de qualidade indicado os que são livres de mercúrio, assim é evitada a intoxicação por esse elemento.

Caso você não tenha uma dieta rica em peixes de águas profundas e/ou caso você já conheça a sua genética em relação à enzima FADS1, converse com seu nutricionista ou médico para realizar a suplementação mais adequada para o seu caso (em quantidade e qualidade).

A avaliação genética da enzima FADS1 faz parte do painel BioDiet. Leia mais sobre ele em outro texto do nosso Blog: https://blog.biogenetika.com.br/o-que-e-o-biodiet/ E cão queira ler mais sobre quais os melhores tipos de gorduras para nossa alimentação, veja o seguinte texto: https://blog.biogenetika.com.br/gorduras-quais-oferecem-maior-beneficio/