A Vitamina D foi descoberta em 1922. Naquela época acreditava-se que só poderia ser obtida através da alimentação. Por isso, ganhou este nome. O D significa que foi a quarta substância a ser descoberta, depois das vitaminas A, B e C.

Já na década de 70, os pesquisadores descobriram que ela poderia ser sintetizada pelo organismo. Portanto, ao contrário do que se pensava, a Vitamina D não é uma vitamina, mas um hormônio esteróide lipossolúvel.

Isso quer dizer que uma alimentação rica em Vitamina D não basta para o organismo. É preciso ir além, e o caminho é o sol e/ou a suplementação. Neste artigo, vamos entender mais sobre a relação da vitamina D e os problemas cardiovasculares, a Vitamina D e o câncer, além de analisar os recursos para manter os níveis necessários no organismo. 

A importância da Vitamina D

A Vitamina D é essencial para o perfeito funcionamento do organismo, pois ela influencia em torno de 270 genes do corpo humano. Segundo um estudo realizado com mais de 13 mil pessoas e publicado na revista científica Archives of Internal Medicine, a falta desta substância aumenta o risco de morte pelas mais diversas causas em até 26%. 

Isso porque a Vitamina D é responsável por equilibrar diferentes sistemas. Para começar, regula a absorção de cálcio e fósforo, melhorando o funcionamento do cérebro, podendo agir na prevenção da depressão. Já durante a gravidez, pode ajudar a evitar autismo no futuro filho. 

Tendo em vista que a Vitamina D colabora na absorção de cálcio, também é imprescindível para o fortalecimento de ossos e dentes. Em falta, pode causar raquitismo na infância e osteoporose na vida adulta. É ainda parte importante no tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatóide e esclerose múltipla.

Vitamina D e os problemas cardiovasculares 

O sistema cardiovascular também é beneficiado pela Vitamina D, já que ela fortalece os músculos, incluindo o coração. Também ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e influencia na produção do principal hormônio regulador da pressão arterial, a renina, que ainda está diretamente ligada ao diabetes – em falta, pode predispor para essa doença. Neste caso, vale ressaltar que para que os receptores de insulina funcionem de forma adequada a vitamina D se faz necessária, auxiliando na diminuição do risco de resistência a insulina e, por tato, do Diabetes tipo 2.

Vitamina D e o câncer 

Há ainda outro fator que coloca este hormônio numa posição importantíssima para a prevenção de doenças: diversos tipos de câncer podem estar relacionados à sua falta. Entre eles, principalmente os de mama, próstata e melanoma. É que a Vitamina D participa do processo que mantém as células atuando de forma correta, diminuindo os riscos de que se transformem em células cancerosas e, caso isso ocorra, ela pode auxiliar na autodestruição destas células.

Estratégias para uma melhor absorção de Vitamina D

A Vitamina D é encontrada em alimentos de origem animal que contenham gorduras, como atum, sardinha, salmão, fígado de boi, ovos, manteiga, iogurte, queijo e óleo de fígado de bacalhau. No entanto, estes itens não possuem a quantidade de Vitamina D que o corpo necessita.

A única forma de equilibrar o nível de Vitamina D de forma natural seria expondo-se ao sol, numa região próxima à Linha do Equador, por 15 a 20 minutos por dia e com pouca roupa – quanto mais pele à mostra, mais o corpo produz a substância, e quanto mais clara a pele é, maior a produção.

Só que, atualmente, as pessoas não se expõem tanto ao sol como nos tempos passados, em que o trabalho na roça era comum, bem como a locomoção a pé ou em veículos abertos como bicicleta. Além disso, é importante salientar que o filtro solar diminui a síntese da Vitamina D.

Estas são, portanto, as grandes causas da falta de Vitamina D que atinge a maior parte da população (principalmente das regiões afastadas da Linha do Equador). São os raios ultravioletas do tipo B (UVB) os que ativam a síntese do hormônio, mas o uso do filtro solar diminui consideravelmente sua atuação. Como seu uso é recomendado e importante, a suplementação entra em cena.

Suplementação

Antes de partir para este caminho, no entanto, é preciso avaliar sua necessidade através de exame laboratorial.

O exame de sangue para avaliar os níveis de vitamina D é o “25 hidroxi Vitamina D3“. O ideal para a maior parte da população, é que ela se encontre entre 40 e 60 ng/mL, pois nesses níveis, os estudos científicos indicam menores índices de doenças. Em casos de doenças autoimunes e câncer, existem estudos que indicam que o ideal seria manter os níveis sanguíneos entre 60 a 80 ng/mL.

A genética também influencia, já que existem polimorfismos que podem diminuir a síntese e/ou a absorção da Vitamina D, fazendo-se necessária, em alguns casos, a suplementação contínua e em altas doses. Nesses casos, ao acompanhar com exames de rotina e suplementação contínua, cada um poderá encontrar (com ajuda de um profissional da área da saúde que trabalhe com suplementação) a sua “dose de manutenção”.

Como cada pessoa é única, o mais indicado sempre é a realização de exames para encontrar a “dose de manutenção” correta. Ainda mais porque um tratamento feito por conta própria pode também levar ao excesso de Vitamina D, o qual é tóxico para o organismo, prejudicando órgãos como rins e levando à descalcificação óssea. Lembre que essa individualidade deverá ser considerada em todos os casos e tratamentos.