Muito vem se falando nas mídias sociais em tipos de gorduras que oferecem benefícios para a saúde. Qual seria o melhor tipo de gordura a ser consumido? Azeite de oliva ou óleo de coco? Ghee, manteiga ou margarina? Óleo de soja ou de girassol?

Com certeza você vai se surpreender com as informações que temos a revelar neste texto!

Gorduras saturadas

A preocupação com os tipos de gorduras da alimentação não é recente. Há muitos anos já surgia a preocupação com o consumo de gorduras saturadas pela sua relação com aumento de risco de doenças cardiovasculares.

As gorduras saturadas estão presentes principalmente nas carnes, laticínios no coco e na gordura de palma.

Frente a essa relação do consumo desse tipo de gorduras com aumento de risco cardiovascular, surgiram as Gorduras Trans, a traves de um método industrial que converte óleo vegetal líquido em gordura sólida (margarina) por uma mudança na conformação química das gorduras insaturadas. Achando-se que esse tipo de gordura não traria riscos à saúde, passou a ser utilizada nos produtos industrializados, conferindo uma palatabilidade e vida de prateleira que muito agradaram fabricantes e consumidores. As pessoas passaram a utilizar margarina no lugar de banha ou manteiga ou óleos vegetais líquidos. O problema foi que, com o passar dos anos, fui descoberto que esse tipo de gordura trans era ainda pior para a saúde do que a gordura saturada, motivo pelo qual, os governos começaram a exigir a diminuição e retirada da gordura trans dos produtos industrializados. Essas normativas chegaram também ao Brasil, sendo que a gordura que está sendo mais utilizada nos produtos industrializados atualmente é a gordura de palma, que mesmo sendo de origem vegetal, contém principalmente gorduras saturadas, por tanto, o seu consumo excessivo também não seria indicado.

O óleo de coco, que ficou na moda e caiu na graça das pessoas, é também rico em gorduras saturadas, pelo que seu consumo excessivo também pode aumentar risco de doenças cardiovasculares (da mesma forma que o consumo excessivo de gorduras de origem animal, das carnes e laticínios).

É importante destacar que a gordura saturada é estável a altas temperaturas (tradicionalmente se utilizava banha para fritar e agora o óleo de coco está sendo indicado para inúmeras receitas que vão ao forno), mas o fato de ser estável ao calor não quer dizer que seja bom para a nossa saúde, pois sendo gordura saturada e em caso de consumo excessivo, não será interessante.

Já as gorduras monoinsaturadas do azeite de oliva são menos estáveis ao calor, mas não ao ponto de se tornarem prejudiciais à saúde quando aquecidas. Algumas propriedades do azeite de oliva se perdem quando exposto a temperaturas mais altas, mas, dentre os óleos vegetais, é um dos mais estáveis ao calor, o que faz com que seja o mais indicado para cozinhar.

Gorduras insaturadas

As gorduras insaturadas podem se divididas em gorduras mono ou poli insaturadas, dependendo se elas contêm uma ou mais duplas ligações na estrutura química (respectivamente).

Elas são menos estáveis ao calor que as gorduras saturadas, como explicado acima, mas não por isso menos indicadas para o consumo.

Ao contrário, as gorduras insaturadas apresentam um maior benefício para a nossa saúde, e, dependendo da nossa genética, podem nos auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares e manutenção de bons níveis de colesterol e frações.

Existem algumas pessoas que apresentam maior benefício metabólico com o consumo de gorduras monoinsaturadas, típicas da dieta mediterrânea (presentes no azeite de oliva, abacate, avocado e oleaginosas em geral). Essas pessoas têm uma variante no gene PPARG que faz com que possam incluir grandes quantidades dessas gorduras na dieta, obtendo com elas uma maior prevenção de doenças cardiovasculares.

Ou seja, isso quer dizer que nem todas as pessoas se beneficiam com o consumo exagerado de azeite de oliva e de abacate! Então, atenção, pois dependendo de sua genética, incluir mais gorduras poliinsaturadas na sua dieta pode ser mais interessante do que ficar só no consumo de azeite e abacate.

Por tanto, para quem tem um maior benefício metabólico com o consumo de gorduras poliinsaturadas (graças a sua genética), o aumento de consumo de sementes de chia, girassol, abóbora, linhaça* e gergelim (além de peixes ricos em ômega-3) é indicado para auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.

É claro que os óleos refinados e industrializados, acondicionados em garrafas plásticas e transparentes, acabam não sendo a melhor opção, a pesar de serem ricos em gorduras poliinsaturadas. Eles contêm resíduos da indústria e do plástico da garrafa que podem não ser tão interessantes para a nossa saúde, além de que o contato com a luz pode levar à oxidação de parte dessas gorduras.

Mas existem opções de óleos de prensagem a frio, disponíveis em garrafas de vidro e opacas, que conservam muito bem as propriedades das gorduras poliinsaturadas presentes nas sementes menores.

Para quem ainda não sabe qual o melhor tipo de gordura a ser consumida, sugerimos não exagerar no consumo de nenhum dos dois tipos (mono ou poli), podendo então preferir o azeite para cocção e óleos de prensagem a frio (por exemplo, de gergelim, chia ou linhaça*) para pratos já servidos ou frios.

A gordura saturada, como exposto no começo desse texto, deve ser consumida de forma moderada por todos nós.

É importante lembrar que, dependendo do melhor tipo de dieta para cada pessoa (considerando a sua genética), a quantidade total de gorduras na dieta e a maior ou menor restrição no consumo de cada tipo de gordura será diferente. Para ler mais sobre os 04 tipos de dieta possíveis considerando a genética, veja o seguinte texto:

Sobre a linhaça

Quanto à linhaça, semente rica em gorduras poliisaturadas, que inclusive contém ácido alfa-linoleico (ômega-3 de origem vegetal também presente na chia), precisamos fazer uma pequena advertência. Pois, dependendo da composição do microbioma intestinal (microrganismos presentes na microbioma intestinal), o consumo de linhaça pode ser indicado ou contra indicado, já que contém algumas substâncias que podem piorar a composição bacteriana da microbiota intestinal se consumida em excesso (nesse caso será contraindicada) ou beneficiá-la, melhorando a composição bacteriana (quando será indicada).

Isso só poderá ser visto através da análise do Microbioma da Biogenetika, que no próprio laudo já indicará se a linhaça deve ou não ser consumida, dentre outros vários alimentos que serão indicados ou contraindicados, assim como suplementos e cepas probióticas específicas.

Para quem ainda não fez esse teste, caso queira fazer consumo de linhaça, sugerimos alterná-la com o consumo de outras sementes como a chia ou o gergelim.

Esse é mais um exemplo que demonstra que a monotonia alimentar nunca é interessante. Pois, ao consumir um determinado alimento diariamente, em grandes quantidades e por muito tempo, podemos causar algum desequilíbrio que ainda não conhecemos. Então, variar a alimentação é necessário, sempre que seja possível.

Se quiser ler mais sobre Microbioma, baixe o E-book gratuito – Guia completo sobre o Microbioma:

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