Atualmente são conhecidos inúmeros fatores que contribuem para a longevidade. Muitos seguidores dos hábitos saudáveis que incluem em sua dieta alimentos orgânicos, frutas e vegetais em geral, estão com isso prolongando a expectativa de vida.

A ciência de como o estilo de vida e os hábitos de nutrição promovem saúde e longevidade atuando na expressão de nossos genes, conhecida também como epigenética, avança em suas descobertas de maneira significativa. Um dos grandes avanços foi o entendimento de como funcionam os telômeros. Esses são sequências repetitivas de DNA associado à proteínas de maneira condensada e localizadas nas extremidades de nossos cromossomos. Os telômeros sofrem um processo de encurtamento ao longo da nossa vida e esse processo está diretamente relacionado com a determinação de nossa longevidade. O encurtamento dos telômeros é influenciado por diversos mecanismos biológicos, entre eles nossos hábitos de vida, escolhas alimentares, processos inflamatórios e o estresse diário.

Pesquisadores em uma revisão publicada no The Journal of Nutrition demonstraram que a redução do stress oxidativo e o melhor funcionamento das vias de metilação do DNA podem prolongar o comprimento dos telômeros desacelerando o relógio biológico. Alguns nutrientes específicos promovem essa manutenção da saúde do DNA aumentando a expectativa de vida. 

A expressão genética não é algo estático e nossos genes estão sob constante influência do ambiente, e das nossas escolhas de vida. Muitos desses efeitos ainda ocorrem no útero com base no estado nutricional e no estilo de vida de nossas mães. Á medida que envelhecemos, nossos genes passam a “ler” as “instruções” presentes nos micronutrientes e no ambiente em um esforço para garantir a sobrevivência. Cada alimento ingerido pode influenciar de maneira direta a expressão gênica, promovendo a saúde ou eventuais doenças, dependendo de nossas escolhas.

A via da metilação é essencial para a integridade do DNA e para impedir o encurtamento dos telômeros. Alimentos e nutrientes doadores do grupo metil (ex: determinadas proteínas encontradas em castanhas e sementes) são necessários para evitarem mutações genéticas que podem resultar em diversas doenças inclusive o câncer. Os pesquisadores do estudo identificaram que indivíduos com níveis mais elevados de folato no sangue, possuem leômeros mais longos quando comparados aos indivíduos com níveis mais baixos de folato. A vitamina B12 e toda sua família também estão associadas aos telômeros mais longos.

Outros estudos também concluíram que minerais como zinco e magnésio, essenciais para a síntese de DNA também em níveis inadequados podem acelerar o processo de envelhecimento. A vitamina C é outro micronutriente que parece ter um papel importante na restauração do comprimento dos telômeros em determinados tipos celulares.

Por último, o estresse e a inflamação também são dois fatores que atuam encurtando nossos telômeros e como consequência aumentam o processo de envelhecimento celular. O gerenciamento e controle desse estresse, a aquisição de hábitos saudáveis e escolha de alimentos saudáveis desde a infância são determinantes para a nossa longevidade! E está aí a ciência para comprovar….