Folato, Metilfolato e Homocisteína. Você sabe qual a relação?
Você já ouviu falar sobre folato ou metilfolato ou ácido fólico ou homocisteína? Alguma vez já fez algum exame de sangue onde eles foram avaliados? Tem ideia do porquê eles foram avaliados ou o que representam? No texto a seguir vou explicar o que esses nomes têm em comum e qual a relação com a nossa saúde.
O que é folato e onde é encontrado?
O folato é a forma natural da vitamina B9 encontrada naturalmente em alimentos como vegetais folhosos verde escuros, feijões, amendoim, semente de girassol, frutas frescas, cereais integrais, frutos do mar e ovos, por exemplo. O ácido fólico, é a forma sintética do folato, encontrado em suplementos e alimentos fortificados.
(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2793110/)
Para que serve o folato?
O folato é uma substância essencial para diversos processos bioquímicos do nosso organismo, como formação de DNA e RNA, metabolização de proteínas, produção de células sanguíneas, crescimento adequado de tecidos, principalmente durante a gestação e o desenvolvimento do embrião. Além disso, o folato, é fundamental para a eliminação da homocisteína (aminoácido que quando presente em altas concentrações no nosso corpo tem efeitos extremamente tóxicos).
Diversos estudos já demonstraram a relação entre polimorfismos genéticos (variações no DNA) relacionados a metabolização do folato com aumento de homocisteína.
Consumir folato é suficiente para ter baixos níveis de homocisteína?
Infelizmente, não!
Quando consumimos alimentos contendo folato (ou suplementos contendo ácido fólico), este é absorvido no intestino e convertido em dihidrofolato (DHF) e, posteriormente em 5-metiltetrahidrofolato, que constitui a forma ativa da vitamina, ou seja, a forma capaz de promover a eliminação da homocisteína do nosso organismo.
Para que tudo corra bem ao longo do caminho de formação de 5-metiltetrahidrofolato, é necessário também que haja a presença de outras vitaminas do complexo B (B2, B6, B12), pois elas auxiliam na formação da forma ativa do folato.
Além disso, outro importante fator associado ao aumento de homocisteína, é a presença de polimorfismos genéticos no gene que codifica a enzima que produz o 5-metiltetrahidrofolato, chamada de Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR).
A presença de variações genéticas no gene MTHFR podem gerar uma redução de até 75% na formação de 5-metiltetrahidrofolato, gerando assim, aumento na susceptibilidade de desenvolver alterações clínicas relacionadas com homocisteína elevada.
O que níveis elevados de homocisteína podem fazer no nosso organismo?
A homocisteína é um aminoácido tóxico, que quando presente no nosso organismo em concentração elevada, gera aumento da produção de radicais livres (estresse oxidativo) e de substancias inflamatórias associadas ao aumento do risco de desenvolver doença cardiovascular, doença de Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson, osteoporose, doença renal, resistência a insulina (diabetes), aneurisma, hipotireoidismo, câncer e doenças gastrointestinais entre outras (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5741875/).
Como podemos controlar os níveis de homocisteína?
Para manter níveis baixos de homocisteína, devemos manter uma alimentação equilibrada, priorizando o consumo de alimentos fonte de vitaminas do complexo B (mencionados acima) e moderar no consumo de proteínas de origem animal na dieta.
Além disso, ter conhecimento genético sobre a presença ou não de polimorfismos genéticos que influenciam na formação da forma ativa de folato (5-metiltetrahidrofolato) é fundamental para que se possa fazer a correção e o controle da deficiência do mesmo, levando assim, a níveis controlados de homocisteína.
Fontes:
Mami Hiraoka and Yasuo Kagawa. Genetic polymorphisms and folate status. Congenit Anom (Kyoto). 2017 Sep; 57(5): 142–149. doi: 10.1111/cga.12232. Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5601299/
Regan L Bailey et al. Total folate and folic acid intake from foods and dietary supplements in the United States: 2003–2006. Am J Clin Nutr. 2010 Jan; 91(1): 231–237. doi: 10.3945/ajcn.2009.28427. Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2793110/
Avinash Kumar et al. The metabolism and significance of homocysteine in nutrition and health. Nutr Metab (Lond). 2017; 14: 78. doi: 10.1186/s12986-017-0233-z. Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5741875/
Minha homocisteina , estava em 34. Meu médico prescreveu Complexo B mais Ácido fólico., baixando minha Homo… para 14 .
Devo mudar o Ácido fólico para Metilfolato ?