A dieta ocidental atual tem se apresentado como um dos principais fatores de risco para desenvolvimento da obesidade e co-morbidades. O grande consumo de produtos industrializados, ultra processados, ricos em açúcares, farinhas refinadas, gorduras saturadas, conservantes, aditivos e agrotóxicos está cada vez causando mais doenças na população.

A escolha por alimentos naturais, de origem vegetal e integrais, que provenham da natureza ou minimamente processados é o caminho para a solução inicial desse problema, é o primeiro passo que todos deveriam dar.

Dentro desse contexto, hoje surge como uma ótima alternativa a dieta Plant Based, (Whole Plant Based). Essa dieta é a base de alimentos vegetais completos e integrais (não refinados nem processados).

A dieta Plant Based é justamente “baseada em plantas”, mas aceita o consumo de peixes ou proteínas de origem animal, só que eventualmente (alguns autores indicam que até 10% das calorias diárias ingeridas poderiam provir de alimentos de origem animal dentre desse tipo de dieta).

O fato de que a base seja de alimentos de origem vegetal completos e integrais significa que os produtos industrializados refinados, mesmo que sejam de origem vegetal (como farinhas, açúcar e produtos ultra processados como, por exemplo, biscoitos) não entram nessa base, e sim vegetais, sementes, oleaginosas, leguminosas, frutas, tubérculos, orgânicos sempre que possível.

Estudos científicos veem demonstrando que a dieta Plant Based pode causar alterações positivas no nosso microbioma intestinal, como por exemplo, aumentar o número de Bifidobactérias e Lactobacilos (bactérias probióticas benéficas para a saúde intestinal e integral).

A dieta é o fator que possui a maior influência na composição da microbiota intestinal, justamente porque é o que alimentará essas bactérias de forma seletiva, já que cada grupo de bactérias é alimentado por diferentes substratos.

Por exemplo, dentro da classificação taxonômica das bactérias existem Gêneros, dos quais o gênero Bacteroides é geralmente o mais abundante no mundo ocidental (onde há um maior consumo de proteínas de origem animal, gorduras, carboidratos refinados e menor consumo de fibras), enquanto o gênero Prevotella tende a ser mais abundante em populações que fazem dietas mais ricas em vegetais.

Algumas bactérias do Gênero Bacteroides, quando se encontram em abundância elevada, podem ser pró-inflamatórias. Nesses casos, uma alimentação mais rica em fibras e pobre em proteínas de origem animal (como é o caso da dieta Plant Based), poderia auxiliar na diminuição dessas bactérias promovendo maior saúde intestinal e auxiliando na prevenção de doenças.

O gênero Alistipes, quando se encontra em abundância aumentada, pode favorecer processos pró-inflamatórios, interferindo especialmente no eixo intestino – cérebro. Essas bactérias parecem estar associadas a obesidade, síndrome da fadiga crônica e depressão. Nestes casos, a diminuição do consumo de proteínas de origem animal também é recomendada.

Por outro lado, o gênero Prevotella é considerado bom para a saúde, mas quando algumas bactérias pertencentes a este gênero se elevam, podem causar problemas. Nesse caso, uma dieta vegana (totalmente isenta de proteínas de origem animal) pode não ser ideal.

Portanto, conhecer a composição da própria microbiota intestinal (através do teste Microbioma) auxilia na escolha de uma dieta que auxilie no equilíbrio da mesma e, como isso, do equilíbrio do nosso organismo.

A Dieta Plant Based, tem se mostrado benéfica também para diminuir riscos de doenças como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, dentre outras.

Fica então o convite para pensar no tipo de alimentação que estamos fazendo, e aumentar o consumo de alimentos de origem vegetal e integrais, como folhas, legumes, hortaliças, sementes, oleaginosas (nozes, castanhas, etc.), feijões (leguminosas), tubérculos (raízes) e frutas, assim como minimizar o de produtos industrializados ultra processados.