A diabetes é uma síndrome metabólica que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atinge 1 em cada 11 pessoas no mundo. É caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue, que desencadeia uma série de complicações a saúde.

Quando o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina na forma e quantidade suficiente, ou quando não exerce sua ação corretamente, resulta no acúmulo de glicose no sangue, que chamamos de hiperglicemia.

Para entendermos melhor, a principal função da insulina no organismo é promover a entrada de glicose nas células, para que depois, possa ser aproveitada como fonte de energia.

Quando há falta ou falha na ação da insulina e, consequentemente, o aumento de glicose no sangue, começam os efeitos negativos no organismo.

Parte da explicação para a falha no funcionamento do pâncreas está ligada à genética e outra parte associada ao estilo de vida. Para diferenciar os fatores é preciso saber que a diabetes se divide em duas categorias: tipo 1 e 2.

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, ou seja, está relacionada com um defeito no sistema imunológico, pelo qual o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina porque algumas células responsáveis pela defesa do organismo acabam atacando e destruindo as células que produzem o hormônio.

Assim como o tipo 1, a diabetes tipo 2 também está relacionada a glicose, mas nesse caso, a causa é a resistência à insulina, ou seja, o hormônio é produzido, mas não consegue agir de forma correta. Para compensar a situação, o pâncreas aumenta a produção do hormônio.

Ou seja, na diabetes tipo 1 acontece a falta da insulina e na diabetes tipo 2 o excesso (só que com baixa funcionalidade).

Alguns sintomas comuns do diabetes tipo 1: 

  • Sede;
  • Fome;
  • Emagrecimento;
  • Fraqueza; 
  • Fadiga;
  • Mudança de humor;
  • Vontade frequente de urinar;
  • Náusea e vômito.

Sintomas na resistência à insulina:

Uma das dificuldades no diagnóstico da resistência à insulina é que ela não causa sintomas facilmente perceptíveis. Se a pessoa não realizar exames de sangue específicos e não mudar seus hábitos a tempo, a resistência a insulina (chamada também de “pré-diabetes”) levará à diabetes tipo 2.

Alguns sintomas comuns do diabetes tipo 2:

  • Sede;
  • Fome;
  • Emagrecimento; 
  • Feridas que demoram a cicatrizar;
  • Cansaço;
  • Vontade frequente de urinar;
  • Infecções frequentes;
  • Formigamento nos pés;
  • Visão turva.

Vale ressaltar que quando os sintomas começam se fazer presentes, a glicose já se encontra em níveis muito elevados. Isso que pode dificultar o diagnóstico precoce e o controle da doença.

Diabetes e obesidade 

Como já foi dito, parte da diabetes está relacionada a genética e outra parte associada aos hábitos de vida, alimentação e fatores externos. 

Sabe-se também que quase 90% dos pacientes obesos são diabéticos tipo 2, ou seja, os maus hábitos ligados à alimentação, além da predisposição genética, de fato, levam ao desenvolvimento da doença.

Quando os maus hábitos são associados aos casos da predisposição genética, alguns fatores importantes como a presença de alteração no gene FTO (que é um dos genes analisados nos exames laboratoriais da Biogenetika e que está associado também à diminuição da sensação de saciedade), deve ser analisado, pois influencia na obesidade e consequentemente potencializa o desenvolvimento da diabetes.

Por isso, o papel dos exames de perfil genético são grandes aliados. Procurar análises de confiança, orientada por especialistas é o caminho para prevenir e amenizar os sintomas da diabetes. 

Mudar os hábitos e conviver com a diabetes passa pela conscientização da importância da atividade física e da alimentação adequada. Sendo inclusive possível, através de uma série de medidas e mudanças, silenciar o gene FTO, por exemplo, que influencia na obesidade. Se o ganho de peso favorece a resistência à insulina, uma das principais medidas para evitar o problema é mudar os hábitos.

Predisposição genética a diabetes

Além do FTO, existem outros genes que implicam diretamente ou indiretamente no aparecimento da diabetes. O componente hereditário na diabetes tipo 1 e no tipo 2 difere bastante.

No do tipo 2, o histórico familiar da diabetes em apenas um dos lados da família (materno ou paterno), pode ser suficiente para transmiti-lo para as demais gerações. Basta que um dos pais tenha diabetes, para que a doença possa se manifestar nos filhos independentemente da idade, o que é chamado de herança dominante.

A força da hereditariedade é mais presente no diabético tipo 2, já que no tipo 1 a situação é um pouco diferente. Como já foi mencionado, sabemos que a diabetes tipo 1 se trata de uma doença autoimune, isto é, em que de repente o organismo age como se as células beta do pâncreas (que são as produtoras de insulina) fossem um corpo estranho e passa a destruí-las.

Mesmo nos casos em que a hereditariedade é um fator indireto e bastante complexo, ainda assim é possível que sejam analisados através de informações detalhadas, já que no diabetes tipo 1 e principalmente no tipo 2, há influência de um grande número de genes que, combinados entre si, aumentarão ou diminuirão o risco genético de desenvolver a doença.

Dentre os vários genes atualmente analisados no teste genético BioDiet (perfil da Biogenetika voltado para a alimentação), pelo menos 4 já foram associados ao risco de desenvolver diabetes tipo 2. São eles: FTO (já mencionado anteriormente), MC4R, PPARG e PPARGC1A.

Algoritmos específicos que consideram os 4 genótipos herdados de cada um desses 4 genes indicam qual o tipo de alimentação que cada pessoa deveria seguir, sendo uma das opções a Dieta com Restrição de Carboidratos, cujo um dos objetivos é a prevenção da Diabetes tipo 2.

Já o teste de Microbioma (que identifica quais as bactérias presentes no intestino e indica o que fazer na alimentação e suplementação para equilibrá-las) pode nos indicar se existem bactérias específicas em abundância aumentada que poderiam predispor para a Diabetes tipo 1 ou tipo 2. Ou seja, quando certas bactérias intestinais se instalam e se reproduzem além de um nível saudável, elas podem nos predispor para o desenvolvimento de várias doenças, dentre elas, a diabetes. Da mesma forma, bactérias intestinais consideradas positivas para a nossa saúde, quando em abundância adequada, podem auxiliar na prevenção dessa e de outras doenças.

Associando as mudanças de hábitos de vida (como alimentação, atividade física, sono reparador, administração do estresse, etc.) com informações específicas da nossa genética e do microbioma, torna-se muito possível a prevenção e o controle da diabetes.

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Autora:

Julieta C. Ferreyra Ritta

Mestre em Ciências dos Alimentos, Nutricionista Clínica Funcional, Especialista em Saúde Quântica e Terapeuta Holística.