Embora pareça recente, o Outubro Rosa nasceu em 1990, com a realização da Corrida pela Cura, em Nova York. Desde então, o evento ocorre todos os anos na cidade e, aos poucos, o mundo todo foi aderindo à campanha que busca conscientizar as mulheres e a sociedade a respeito do câncer de mama e, mais recentemente, também do colo do útero.

Tendo em vista os números que envolvem o câncer de mama, esta campanha é de extrema importância. Segundo pesquisa realizada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), a doença é um dos três tipos de maior incidência (pulmão e colorretal são os outros dois) e é o que mais acomete as mulheres em 154 países dos 185 analisados. Só em 2018, a previsão era de aproximadamente 2,1 milhões de novos diagnósticos de câncer de mama, sendo ele responsável por cerca de 11,6% do total de casos de câncer no mundo.

Ainda de acordo com a IARC, o câncer de mama é responsável por 627 mil mortes em 2018, ficando em quinto lugar na questão de mortalidade no mundo. Segundo a pesquisa, a cada quatro mulheres diagnosticadas com câncer, uma tem câncer de mama, representando 24,2% do total.

Outubro Rosa e câncer de mama no Brasil

Foi em 2002 que o Outubro Rosa começou a acontecer no Brasil, que é tomado pela cor símbolo da feminilidade para chamar a atenção para esta preocupante questão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), só em 2019, são estimados 59.700 novos casos de câncer de mama no país, com risco de 56 casos a cada 100 mil mulheres. O número é alarmante, mesmo porque, entre todos os cânceres que acometem brasileiras, o de mama está em segundo lugar, representando 25% dos casos da doença.

Em 2015, o Brasil registrou 13,68 óbitos causados pelo câncer de mama a cada 100 mil mulheres. A maior incidência está em pacientes com mais de 40 anos. A partir dos 60, o risco da doença é ainda maior. As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as maiores taxas de mortalidade.

Na campanha deste ano, o INCA e o Ministério da Saúde reforçam três pilares estratégicos no controle da doença: prevenção primária, detecção precoce e mamografia. Com o mote “Cada corpo tem uma história. O cuidado com as mamas faz parte dela”, o Outubro Rosa irá se entender por todo o ano. Afinal, o cuidado com a saúde deve acontecer diariamente.

Como prevenir o câncer de mama

A conscientização a respeito do câncer de mama é o primeiro passo. No entanto, conforme aponta um levantamento apresentado no International Society For Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR), em 2017, as redes sociais podem ser perigosas. Isso porque há muita desinformação, especialmente em relação ao autoexame.

O autoexame é importante para conhecer o próprio corpo e reconhecer sinais de mudanças, mas não é suficiente para a detecção da doença. Ele não substitui exames como a mamografia que, segundo o INCA, não é realizada de forma adequada no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, a cada 100 mulheres, haja 70 mamografias. No Brasil, este número é de apenas 24,8. Ou seja, ainda são poucas as que realizam este exame no país, o que é lamentável, tendo em vista que o diagnóstico precoce é um dos fatores que influenciam no sucesso do tratamento da doença.

Para prevenir o câncer de mama, é preciso estar com as visitas à ginecologista em dia. Recomenda-se que as mulheres consultem, ao menos, uma vez por ano. Além disso, há outros diversos fatores que influenciam na prevenção. São eles:

  • Praticar atividades físicas com regularidade;
  • Manter uma alimentação saudável;
  • Não usar drogas, incluindo cigarro e bebidas alcoólicas;
  • Manter peso adequado;
  • Evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.

Segundo o INCA, há uma redução de 20% no risco de câncer de mama quando estas práticas são adotadas.

Obesidade: aliada do câncer de mama

A obesidade é um dos maiores inimigos da saúde. Portanto, é um fator fundamental no desenvolvimento do câncer de mama. Tendo em vista que ela é considerada uma doença crônica, em número crescente e um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, a preocupação com sua relação com o câncer de mama é ainda maior. Só no Brasil, 50% da população está acima do peso.

Maus hábitos, como sedentarismo e alimentação inadequada, são grandes causadores da obesidade. No entanto, algumas pessoas possuem disfunções endócrinas e predisposição genética, alguns fatores importantes, como a presença de um polimorfismo no gene FTO, que está ligado à obesidade e a diminuição da sensação de saciedade, devem ser analisados, pois precipitam o desenvolvimento da doença.

A genética e o câncer de mama

A Biogenetika oferece o exame que confirma ou não a presença no gene FTO. Em caso positivo, há a possibilidade de silenciá-lo, conforme você pode ver no e-book que publicamos aqui.

A propósito, a diretora cientifica da Biogenetika, Lia Kubelka de Carlos Back, já foi premiada, em 2012, por conta de seus estudos sobre a relação entre o gene da obesidade e o câncer de mama. Juntamente com Patrícia Amorim da Cunha, estudante de Biologia da UFSC, e Aline Fernandes Sereia, bióloga, ela conquistou o título durante o American Association for Clinical Chemistry (AACC), congresso reúne importantes laboratórios de todo o mundo, em Los Angeles (EUA).

Segundo a associação, a pesquisa é um instrumento que pode ser usado no diagnóstico do câncer de mama. “O objetivo é verificar se, no Brasil, o gene MC4R, que identifica a obesidade, é um fator de risco para o desenvolvimento de um tumor”, afirmou Lia, em entrevista ao NSC Total, que você pode ler aqui. “A análise genômica verifica quais são as pré-disposições que uma determinada pessoa pode desenvolver. Isso permite que o estilo de vida possa ser mudado e a doença evitada. Além disso, pode identificar porque determinado tratamento não surte efeito em um paciente, por exemplo.”