Trombofilias: como a genética ajuda na prevenção?
As trombofilias são mais comuns do que se imagina, sendo frequentemente assintomáticas requerem prevenção. Não são consideradas uma doença, mas uma condição que pode ocorrer ao indivíduo por diferentes fatores.
Trata-se de alterações na produção dos fatores de coagulação sanguínea, que ocasionam o aumento no risco de obstrução dos vasos sanguíneos, também conhecido como trombose.
Um dos fatores mais importantes para se analisar e caracterizar as trombofilias (tendência à trombose) e descobrir se elas são decorrentes de alterações hereditárias, que ocorrem quando a condição está ligada a fatores genéticos, ou se são adquiridas, desencadeadas por outros fatores que alteram a função dos fatores de coagulação sanguínea.
Os dois tipos, adquirida ou hereditária, possuem especificidades que vamos acompanhar a seguir. Mas, ambas, ocasionam o mesmo problema, como já foi dito, o aumento da coagulação sanguínea e o aumento do risco para trombose.
É importante lembrar que outra característica comum das trombofilias é a ocorrência em diferentes partes do corpo. Quando acometem coração e cérebro, ocasionam riscos de infarto e derrame. Contudo, o tipo mais comum costuma ocorrer com a formação de coágulos nas pernas, ex: durante voos longos de avião ou quando uma imobilização por acidente é necessária.
Trombofilia adquirida
A trombofilia adquirida está associada, muitas vezes, a condição clínica ou uso de medicamentos, ex: terapia de reposição hormonal ou uso de anticoncepcionais. Níveis plasmáticos moderadamente elevados de homocisteína também podem ser responsáveis por episódios vaso-oclusivos.
Trombofilia hereditária
As trombofilias hereditárias constituem um grupo heterogêneo de alterações na coagulação sanguínea, que aumentam a predisposição e manifestam-se, em geral, na presença de alguns fatores de risco ambientais e a interação com um componente hereditário, para desencadear o episódio trombótico.
A trombofilia é classificada como hereditária quando se demonstra a presença de uma alteração genética que predispõe à oclusão vascular.
Clinicamente, as trombofilias hereditárias em geral se manifestam como tromboembolismos venosos, mas com algumas características próprias:
- Ocorrência em indivíduos jovens (< 45 anos);
- Recorrência frequente;
- História familiar de eventos trombóticos;
- Trombose migratória ou difusa ou em local pouco comum, e
- Episódio trombótico desproporcionalmente grave em relação ao estímulo desencadeante.
No caso das trombofilias hereditárias, a gestação, utilização de anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal também podem aumentar o risco de desenvolvimento da trombose.
A identificação desse risco é fundamental tanto para homens quanto para mulheres, pois essa alteração está associada a diversas complicações de saúde em diversos aspectos e não só durante a gestação.
Quais os tipos de poliformismos avaliados na análise Trombofilias da BGK?
O teste BioTrombofilias identifica o risco genético para desenvolvimento de alterações trombofílicas. São avaliados genes relacionados ao Fator V, ou de Leiden, Protrombina ou Fator II, MTHFR e PAI-1.
FATOR V DE LEIDEN
A mutação no Fator V de Leiden é responsável por 20 a 30 % dos casos de oclusão venosa causada por alterações da coagulação sanguínea (tromboembolismo venoso). Esta mutação resulta em uma dificuldade do Fator V de ser desativado pela proteína C ativada, favorecendo uma coagulação excessiva.
PROTROMBINA ou FATOR II
Protrombina (Fator II) é um precursor da trombina dependente da vitamina K, a enzima terminal da cascata de coagulação. A presença de uma mutação no gene do Fator II resulta em elevação dos níveis de protrombina no plasma e aumenta o risco de trombose. A prevalência da mutação varia de < 1% a 6,5%, dependendo da população estudada.
MTHFR
Polimorfismos no gene que codifica a enzima metilenotetrahidrofolatoredutase, ou MTHFR, promovem uma alteração na estrutura da enzima, deixando-a termolábil e diminuindo sua atividade. A MTHFR é uma enzima fundamental na conversão de homocisteína em metionina, e nesse processo estão envolvidos outros cofatores, como o metilfolado e as vitaminas B6 e B12. Determinadas variações no gene MTHFR podem elevar os níveis plasmáticos de homocisteína, aumentando o risco de doenças vasculares, trombose, complicações gestacionais (incluindo abortos de repetição) entre outras doenças.
PAI-1
A presença do polimorfismo analisado no gene PAI-1 (SERPINE1) pode aumentar o risco de trombose e induzir à insuficiência placentária, impedindo o desenvolvimento fetal e ocasionando abortos recorrentes, óbito fetal, descolamento prematuro de placenta, eclampsia precoce, entre outras complicações, inclusive relacionadas a riscos cardiovasculares.
Como o resultado vai me ajudar?
Agora que você já possui conhecimento e informação deve estar se perguntando como o resultado da análise BioTrombofilias vai ajudar a controlar os riscos e prevenir trombofilias?
Através da análise genética da BGK, é possível saber se a pessoa apresenta predisposição genética (hereditária) para trombofilias. O grande benefício de se saber sobre esse risco aumentado é poder contar com o acompanhamento de um médico adequado, para realizar a prevenção e diminuição desses riscos. No caso de mulheres gestantes, o médico obstetra também poderá utilizar essa informação para adequar o acompanhamento considerando a prevenção de problemas graves que poderiam acontecer com a gestante e com o bebê.
Ou seja, o resultado do exame genético torna possível que o seu médico tome medidas preventivas mais adequadas, através da identificação desses marcadores. Identificando os riscos é possível controlá-los, utilizar medicamentos e suplementos individualizados e, através das deficiências nutricionais, ser mais assertivo na mudança de hábitos, que além de suplementação incluem alimentação, atividade física e o delineamento de demais condutas preventivas.
Além disso, para casais que estão com dificuldade de ter filhos, é um dos exames essenciais para sucesso no tratamento da infertilidade.