Microbioma e Covid-19. O que a ciência mostra?
2020 está sendo marcado pela pandemia causada pelo novo Coronavirus (SARSCoV2). O conhecimento das características do novo vírus e da Covid-19 está avançando, e se encontra ainda em pleno desenvolvimento.
Inúmeras pesquisas científicas estão sendo realizadas no mundo inteiro, em uma corrida intensa na busca de maiores conhecimentos para o controle da pandemia.
Inicialmente se achava que o vírus causava apenas sintomas respiratórios, mas logo foi observado que sintomas gastrointestinais e hematológicos poderiam ocorrer também.
Com isso, a influência do microbioma intestinal veio à tona também frente a essa doença. Vale lembrar que o nosso microbioma não é composto apenas por bactérias, mas também por vírus, fungos, protozoários e outros microrganismos.
Nesse sentido, se formos considerar o peso (em gramas) que os vírus representam no nosso microbioma intestinal, poderíamos dizer que eles são uma parte insignificante do mesmo. A pesar disso, o Viroma intestinal (conjunto de vírus que se encontra no intestino) tem uma enorme importância na nossa saúde e também está ganhando espaço nas pesquisas mais modernas.
Evidências científicas indicam que a microbiota intestinal pode modular a resposta imunológica no decorrer das infecções, sejam elas bacterianas ou virais. Isso demonstra o enorme potencial que o microbioma intestinal possui no manejo dessas doenças.
Em uma pesquisa realizada na China com 651 pacientes foi observado que 11,4% deles tinham apresentado pelo menos um sintoma gastrointestinal (náusea, vómitos ou diarreia), sendo que 22,97% deles apresentou uma manifestação mais grave da doença.
Uma outra pesquisa também realizada na China observou as alterações ocorridas na microbiota intestinal de pacientes com COVID-19 durante o período de hospitalização, e identificou que os pacientes com Covid-19 apresentavam alterações significativas nos seus microbiomas intestinais ao serem comparados com o grupo controle. Essas alterações eram caracterizadas pela presença de bactérias potencialmente patogênicas e patobiontes (também conhecidas como oportunistas), em detrimento de bactérias simbióticas (potencialmente benéficas), tanto no momento da hospitalização quanto durante a internação.
Quanto à gravidade da doença, foi observado que os pacientes que apresentavam menores abundâncias da bactéria Faecalibacterium prausnitzii (positiva para a nossa saúde), assim como os pacientes que apresentavam maiores abundâncias de Coprobacillus, Clostridium ramosum e Clostridium hathewayi tinham quadros mais graves.
Por outro lado, pacientes que apresentavam bacteroides thetaiotaomicron, Bacteroides massiliensis e Bacteroides ovatus em seus microbiomas intestinais tiveram uma menor carga viral de SARSCoV2 em suas amostras fecais.
Assim, ao tomarmos conhecimento da composição da nossa microbiota intestinal e das estratégias que podem ser colocadas em prática para a correta modulação da mesma, a través da alimentação e suplementação adequadas, poderemos auxiliar tanto na prevenção da doença quanto na gravidade da mesma, caso seja contraída.
Para tal, a pesar de que a tecnologia 16S tenha sido (e esteja sendo) fundamental para as pesquisas na área do microbioma, a tecnologia mais avançada de sequenciamento genético do microbioma, chamada de Whole Genome Shotgun, pode identificar todos os microrganismos presentes numa amostra de fezes, auxiliando de forma assertiva na sua condução.
A Biogenetika é um dos poucos laboratórios no mundo que analisa o microbioma intestinal com essa tecnologia mais avançada.
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Caso queira saber mais sobre a importância e a influência do Microbioma na nossa saúde, veja os seguintes textos do Blog e baixe o nosso E-book sobre o assunto:
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https://exames.biogenetika.com.br/guia-completo-sobre-o-microbioma
Referências bibliográficas:
GASBARRINI G., DIONISI T., FRANCESCHI F., GASBARRINI A. Editorial – COVID-19 and the microbiota: new kids on the block. European Review for Medical and Pharmacological Sciences 2020; 24: 5189-5191.
Jin X, et al. Epidemiological, clinical and virological characteristics of 74 cases of coronavirus-infected disease 2019 (COVID-19) with gastrointestinal symptoms. Gut 2020;69:1002–1009. doi: http://dx.doi.org/10.1136/gutjnl-2020-320926
Zuo T, Zhang F, Lui GCY, Yeoh YK, Li AYL, Zhan H, Wan Y, Chung A, Cheung CP, Chen N, Lai CKC, Chen Z, Tso EYK, Fung KSC, Chan V, Ling L, Joynt G, Hui DSC, Chan FKL, Chan PKS, Ng SC, Alterations in Gut Microbiota of Patients With COVID-19 During Time of Hospitalization, Gastroenterology (2020). doi: https://doi.org/10.1053/j.gastro.2020.05.048.