A epigenética e a nutrigenômica são duas áreas de estudo fascinantes que estão revolucionando nossa compreensão sobre como a nutrição pode influenciar a expressão de nossos genes. O termo “epigenética” tem origem do grego, onde “epi” significa “acima, perto, a seguir”, e estuda as mudanças nas funções dos genes, sem alterar as sequências de bases (adenina, guanina, citosina e timina) da molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico). Refere-se então, às mudanças químicas que ocorrem no DNA e nas proteínas que o envolvem, afetando a forma como os genes são ativados ou desativados. Por outro lado, a nutrigenômica estuda como a dieta e os nutrientes podem interagir com nossos genes, alterando sua expressão. 

Para compreendermos a influência da nutrição na epigenética, é importante entendermos as modificações químicas que ocorrem no DNA. Um exemplo importante é a metilação do DNA, que envolve a adição de grupos metil a ele. Essa modificação química pode alterar a estrutura da cromatina, impedindo ou facilitando o acesso dos fatores de transcrição dos genes. Dessa forma, a metilação do DNA pode influenciar a ativação ou desativação de genes específicos. 

Diversos nutrientes presentes na dieta têm a capacidade de influenciar as modificações epigenéticas. Um exemplo é o folato, uma vitamina do complexo B. O folato desempenha um papel fundamental na doação de grupos metil, que são necessários para a metilação do DNA. Uma deficiência de folato pode levar a alterações na metilação do DNA, afetando a expressão de genes envolvidos em processos vitais, como a síntese de neurotransmissores e o metabolismo de hormônios. Outro nutriente relevante é o ácido graxo ômega-3, encontrado em peixes, nozes e sementes. Estudos mostraram que o ômega-3 pode influenciar a metilação do DNA, particularmente em genes relacionados à saúde cerebral e à regulação do sistema imunológico.

Genes Envolvidos na Resposta à Nutrição

Alguns genes específicos estão intimamente ligados à resposta do organismo à nutrição e às modificações epigenéticas. Um exemplo é o gene PPARγ, que regula o metabolismo lipídico e está envolvido na resposta à dieta. A metilação do DNA nesse gene pode influenciar a expressão de proteínas envolvidas no metabolismo de gorduras e no armazenamento de energia. Outro gene importante é o gene MTHFR, responsável pela produção de uma enzima envolvida no metabolismo do folato. Variações genéticas nesse gene podem afetar a atividade da enzima e a capacidade do organismo de utilizar eficientemente o folato da dieta.

Assim, a epigenética e a nutrigenômica nos mostram como a nutrição pode ter um impacto profundo na expressão gênica e na saúde geral. Através da influência da nutrição nas modificações epigenéticas, podemos ter uma compreensão mais completa de como os nutrientes que ingerimos podem afetar a expressão dos nossos genes e, consequentemente, a nossa saúde.

Realizar testes genéticos como o BioDiet Plus e BioNutrientes é de extrema importância, pois essas análises genéticas fornecem informações fundamentais sobre as predisposições genéticas, sensibilidades e intolerâncias alimentares, bem como sobre a metabolização e consumo de nutrientes específicos. Com base nesses resultados, os profissionais de saúde, como nutricionistas, podem personalizar as recomendações alimentares e suplementação de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.

Por exemplo, se uma pessoa possui uma predisposição genética para uma menor absorção de determinado nutriente, como a vitamina D, o profissional de saúde pode recomendar uma maior ingestão dessa vitamina por meio de alimentos ou suplementação. Da mesma forma, se um paciente apresenta uma sensibilidade ou intolerância alimentar a certos grupos de alimentos, como lactose ou glúten, o nutricionista pode adaptar a dieta para evitar esses alimentos e promover uma melhor saúde digestiva.

Além disso, o teste BioDiet Plus e BioNutrientes também analisa genes relacionados à crononutrição, resistência ao jejum e percepção do gosto amargo. Essas informações podem ajudar na elaboração de planos alimentares mais adequados, considerando o ritmo circadiano do paciente, a melhor estratégia de jejum intermitente e a preferência individual de sabores.

Ao incorporar a nutrigenômica em sua prática clínica, os profissionais de saúde podem oferecer uma abordagem mais personalizada e eficaz para seus pacientes. A compreensão das predisposições genéticas e das necessidades individuais permite a criação de planos alimentares e estratégias nutricionais que visam otimizar a saúde, prevenir doenças e alcançar resultados sustentáveis.

Portanto, a realização teste BioDiet Plus e BioNutrientes é uma ferramenta genômica poderosa para nutricionistas e profissionais de saúde que desejam oferecer uma abordagem personalizada e baseada em evidências para seus pacientes. Ao levar em consideração a interação entre a nutrição e a genética, é possível potencializar os resultados e promover a melhora da saúde de forma eficaz e duradoura.

Referências Bibliográficas

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