A fertilidade e a genética
A fertilidade é um assunto diretamente relacionado à genética e muitas vezes direcionado para as mulheres, mesmo que não exclusivamente, já que os homens também possuem papel extremamente importante na aventura e desafio de gerar um esperma saudável, embora a gestação de fato acontece no organismo das mulheres, que possuem as qualidades e características para exercer essa missão.
No texto a seguir, separamos informações importantes sobre a relação entre a fertilidade, as análises genéticas e a medicina individualizada; realidades que podem estar ao seu alcance.
Gravidez e ácido fólico
Se você está grávida, pensando sobre o assunto ou buscando mais informações sobre como aumentar a fertilidade, uma das questões mais importantes é descobrir como é a sua metabolização do ácido fólico.
Para as mulheres que querem engravidar, o consumo do ácido fólico em forma de suplemento é indicado já desde antes da gestação (para garantir a sua presença nas primeiras semanas, quando a mulher ainda não sabe que está grávida) e durante o primeiro trimestre de gestação.
Nos casos em que geneticamente as pessoas têm a metabolização do ácido fólico mais lenta, existe a dificuldade em transformar o ácido fólico em metilfolato, que é a substância ativa do ácido fólico. Nesses casos, a falta do metilfolato leva ao aumento de uma outra substância que se chama homocisteína. Quando aumentada, acarreta em risco de doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, trombofilias e também abortos espontâneos, assim como pré-eclampsia e outros possíveis problemas durante a gestação.
Ácido fólico ou metilfolato
Quando estes abortos acontecem e são investigados, muitas mulheres descobrem esse polimorfismo no gene da enzima MTHFR (Metileno Tetrahidrofolato Redutase), que faz essa enzima funcionar em déficit, levando à deficiência do metilfolato. Nesses casos, todas as pessoas que têm esse polimorfimo não deveriam fazer uso de suplementação com ácido fólico e sim de metilfolato. Aliás, um dos benefícios de detectar esse poliformismo de maneira precoce é já tomar o metilfolato para prevenir.
Gravidez e trombofilias
Além do polimorfismo relacionado ao ácido fólico, outros dois polimorfismos podem levar a aumentar o risco de trombofilias. No caso de esse risco existir, o uso de anticoncepcional e tratamentos hormonais deverão ser bem avaliados, assim como a necessidade ou não de tratamentos preventivos durante as gestações. Ou seja, conhecer os mecanismos que relacionam a trombofilia e a gestação é fundamental para identificar os riscos, permitindo a prevenção e possíveis adequações.
Fertilidade e ômega 3
A metabolização do ômega 3 também pode influenciar, mesmo que de forma mais indireta, não deixando de ser importante para o processo de fertilidade.
O ômega 3 é muito prescrito durante a gestação, pois traz vários benefícios. Se a pessoa tiver uma metabolização baixa do ômega 3, não consegue transformar o ômega-3 de origem vegetal em EPA e DHA, ácidos graxos presentes nos peixes e fundamentais para a nossa saúde. Nesses casos é preciso fazer a suplementação de ômega-3 do peixe (ou de algas para os vegetarianos ou veganos) em cápsulas, diminuindo assim riscos de inflamações e doenças, sendo ainda de extrema importância para a saúde gestacional e o desenvolvimento dos bebês.
Os homens na gravidez
Essas informações são importantes tanto para os homens quanto para as mulheres, pois os homens também precisam se preparar para a fertilidade. O homem que vai procurar engravidar também precisa estar em dia com o seu organismo para que esteja em condições de formar um esperma com as melhores qualidades possíveis.
Entre os fatores de riscos, além dos fatores hormonais e genéticos, estão também a obesidade e diabetes. Adequar a alimentação ao biótipo genético da pessoa, consumir os ácidos graxos corretos, ou seja, as gorduras mais adequadas conforme a genética, analisar e silenciar o gene FTO, que está diretamente ligado à sensação de saciedade e ao risco de obesidade e sobrepeso, é também fundamental para a fertilidade e gestação.
Não diretamente ligado, mas nem por isso menos importante, a análise genética de intolerância ao glúten, também disponível nas análises genéticas da Biogenetika, deve ser levada em consideração na gestação. Mulheres que possuem a doença celíaca e não sabem, podem diminuir a sua fertilidade e ter abortos espontâneos.
Fertilidade e cafeína
A cafeína é outro vilão que deve ser evitado para as mulheres que querem engravidar ou já estão grávidas, pois não é indicado o consumo de cafeína a partir dos três meses antes da fecundação, já que a formação do óvulo acontece nesse período. Mesmo que a futura grávida (ou já grávida) metabolize a cafeína de forma rápida (e isso depende também de um gene que influencia na enzima que faz essa metabolização), o aconselhado é não ingerir, e o cuidado deve ser maior ainda em caso se ser uma metabolizadora lenta de cafeína.
Fertilidade e microbioma
Quanto à saúde intestinal, a análise do microbioma também é indicada quando se pensa em engravidar, já que a disbiose (desequilíbrio entre as bactérias que formam parte da microbiota intestinal) também pode afetar a fertilidade.
Ou seja, realizar a alimentação e suplementação corretas, assim como praticar atividade física adequada a cada caso e prevenir lesões, ajudam na busca por fertilidade e uma gravidez mais tranquila, tanto para os homens quanto paras as mulheres.
Conteúdo feito por especialistas
Todas essas dicas foram dadas pela nutricionista da Biogenetika, a Dra. Julieta C. Ferreyra Ritta, especializada em nutrição funcional e em saúde quântica e mestre em ciências dos alimentos. Acho que deu para entender como a genética é ligada à fertilidade. No vídeo a seguir, a Dra. Bettina Moritz traz mais informações relevantes sobre a importância dos testes genéticos relacionados à questão da infertilidade, lá no canal: